Conheças as origens de um dos ritmos mais influentes da música.
O Rock´n Roll nasceu na década de 1950 a partir da mistura de vários gêneros musicais, principalmente o blues, o rhythm and blues (R&B), o gospel e o country. O blues, é um estilo que nasceu no iníco do século XX, no sul dos EUA, criado por descendentes de africanos que trabalhavam nas plantações.
O blues é um ritmo envolvente que expressa emoções profundas, e foi desse gênero que o rock herdou sua estrutura de acordes e seu jeito apaixonado de cantar. Já o R&B trouxe um som mais animado, enquanto o country e o gospel adicionaram melodias e harmonias que ajudaram a criar a identidade do Rock´n Roll.
Quem foram os pais do Rock?
Na década de 1940 e começo de 1950, alguns músicos de blues já faziam um som bem próximo do que viria a ser o Rock. Um deles é Muddy Waters. Ele foi um dos músicos que levou o blues rural para as cidades, mais especificamente para Chicago, criando um estilo de blues mais eletrificado, chamado Chicago Blues. A música de Waters, especialmente o clássico “Hoochie Coochie Man” (1954), foi uma das que ajudaram a criar as fundações para o rock.
A introdução da guitarra elétrica por Waters foi um marco crucial, pois ele a usou de forma inovadora, ajudando a dar ao blues uma sonoridade mais poderosa e distorcida, algo que mais tarde seria amplificado no rock. Suas canções de blues, com letras de temas como a vida difícil e as experiências pessoais, foram absorvidas pelos primeiros músicos de rock, que também queriam falar sobre suas próprias lutas e suas realidades sociais.
Os artistas de Rythm & Blues e Gospel das décadas de 1930 e 1940 também tiveram papel importante. Um desses é Sister Rosetta Tharpe. Ela foi uma figura revolucionária na música, e sua influência no Rock’n’Roll é imensurável, embora muitas vezes subestimada. Ela também foi pioneira na utilização da guitarra elétrica, que tocava de forma extremamente virtuosa incorporando técnicas do country blues.
Mas, sua maior importância foi unir o blues ao gospel. Rosetta se apresentava em igrejas e ao tocar, convidava o público a interagir, bater palmas e cantar junto. Essa interação com o público se tornou uma das mais marcantes características do Rock. Diferente de outros estilos, o Rock não era só para ouvir, era para interagir. Ela foi a maior influência de alguns dos principais artistas que vieram depois como Elvis Presley, Chuck Berry e Little Richard.
O início da “Era do Rock”
Foi em 1954 que teve início o que efetivamente podemos chamar da Era do Rock. O marco foi o lançamento da música Rock around the Clock de Bill Haley and his Comets que atingiu o primeiro lugar nas paradas de sucesso e ajudou a consolidar o gênero como um fenômeno global. Nesse mesmo ano surge Elvis Presley com seu jeito sensual de cantar e dançar fazendo um enorme sucesso e se tornando o primeiro grande Rock Star individual da história insuperável até hoje.
Mas o fato é que nem Bill Haley e nem Elvis tocavam rock de verdade. O verdadeiro rock (ritmo) nasceu com Chuck Berry, Little Richards e Jerry Lee Lewis que chocava o público com seu piano destruidor e músicas cheias de energia, como “Great Balls of Fire”.
Chuck Berry foi o primeiro a fazer um grande riff de guitarra marcante na música Johnny B Goode lançada em 1958. Ele moldou a maneira como a guitarra seria tocada no rock, inspirando gerações de guitarristas como Keith Richards, Jimi Hendrix e Eric Clapton. Berry popularizou a famosa “guitarra em movimento”, com sua postura de palco e passos de dança. Ele não foi apenas um grande músico, mas também uma referência no modo de fazer rock, e seu legado continua vivo até hoje.
No final dos anos 50, o rock começou a enfrentar resistência. Muitos pais conservadores viam o estilo como algo perigoso e rebelde, por causa de suas letras ousadas e do fato de misturar influências da música negra em uma sociedade ainda muito racista. Algumas rádios boicotaram os artistas de rock, e vários músicos tiveram suas carreiras prejudicadas. Mesmo assim, o estilo não morreu – ele apenas se preparava para evoluir.
