Sister Rosetta Tharpe

Sister Rosetta Tharpe

Conheça a mulher considerada a mãe do Rock´n Roll.

Sister Rosetta Tharpe foi uma das figuras mais influentes da história do Rock´n Roll, mas por muito tempo ficou à margem do reconhecimento que merecia. Nascida em 1915, no estado do Arkansas, ela cresceu em um ambiente profundamente ligado à música gospel, cantando e tocando guitarra na igreja desde criança. Seu talento era impressionante, e logo ela começou a chamar atenção com sua voz poderosa e sua habilidade única no instrumento, algo raro para uma mulher na época.

O que fez Sister Rosetta ser tão especial foi sua capacidade de misturar a música gospel com o blues e o rhythm and blues, criando um som que mais tarde seria a base do rock’n’roll. Enquanto muitas cantoras gospel seguiam uma linha mais tradicional, ela levava sua guitarra elétrica para o palco e mandava solos cheios de energia, algo que era revolucionário para a época. Sua forma de tocar, cheia de swing e energia, influenciou diretamente músicos que viriam depois, como Chuck Berry e Elvis Presley.

Os anos de glória

Nos anos 1930 e 1940, Sister Rosetta já era uma estrela. Ela assinou contrato com a gravadora Decca e começou a gravar músicas que fizeram sucesso tanto no meio gospel quanto no cenário da música popular. Canções como “Strange Things Happening Every Day” (1944) foram pioneiras no uso de guitarra elétrica com uma pegada que antecipava o rock. Essa música, inclusive, é considerada por muitos historiadores como uma das primeiras gravações de rock’n’roll da história.

Mas sua influência não parou por aí. Além do som inovador, a atitude de Sister Rosetta também era puro rock. Ela tocava guitarra com uma confiança e um carisma que chamavam atenção, algo que, até então, era mais associado a músicos homens. Seus shows eram cheios de energia, e ela sabia como incendiar o público, criando uma conexão única com quem assistia. Isso abriu caminho para artistas como Little Richard, que sempre afirmou que se inspirou nela para construir seu estilo performático.

Influência esquecida

Mesmo sendo uma peça-chave na formação do rock’n’roll, Sister Rosetta acabou sendo deixada de lado na narrativa tradicional do gênero, que frequentemente exalta figuras masculinas e brancas. Enquanto nomes como Elvis e Johnny Cash eram celebrados como os grandes pioneiros, a influência de Sister Rosetta foi muitas vezes esquecida ou minimizada. Só nas últimas décadas é que seu impacto começou a ser mais amplamente reconhecido, com documentários e homenagens destacando sua importância.

Nos anos 1960, já com a popularidade um pouco menor, ela continuou a se apresentar, inclusive fazendo turnês na Europa, onde sua música ainda era muito admirada. Infelizmente, problemas de saúde, incluindo um derrame e complicações com diabetes, a afastaram dos palcos. Sister Rosetta faleceu em 1973, mas seu legado nunca desapareceu completamente. Pelo contrário, ele continuou ecoando através dos músicos que ela influenciou.

Rock´n Roll Hall of Fame

Em 2018, finalmente, ela recebeu o reconhecimento que tanto merecia ao ser incluída no Rock and Roll Hall of Fame, na categoria de influência. Foi um momento simbólico, pois deixou claro que, sem Sister Rosetta Tharpe, o rock’n’roll como conhecemos talvez nunca tivesse existido. Sua forma de tocar guitarra, suas melodias inovadoras e sua ousadia em misturar gêneros ajudaram a moldar o som que viria a dominar o mundo.

Hoje, mais pessoas estão descobrindo sua história e percebendo que ela foi, de fato, a “madrinha do rock’n’roll”. Sua música segue viva, inspirando artistas de diferentes estilos, e seu nome, antes esquecido por muitos, finalmente está sendo celebrado como deveria. Afinal, sem Sister Rosetta Tharpe, o rock talvez não tivesse o mesmo ritmo, a mesma energia e, principalmente, a mesma alma.