Nevermind do Nirvana completa 30 anos.
Por Wagner Fester
“Olhando em retrospecto para produção de Nevermind, eu fico constrangido com isso agora. Está mais perto de um disco de Mötley Crüe que um disco de punk rock”
Kurt Cobain
30 anos, bebê! Talvez o último big bang do rock. Bomba de longo alcance, virada de mesa, o tal gamechanger, a zerada no placar. A euforia de soar tudo novo de novo.
A mesma epifania sônica hiperrealista do Kick Out The Jams, Who’s Next, Master Of Reality, Horses, Rocket To Russia, London Calling, Back In Black, Tattoo You, PIL Album, Surfer Rosa, saca? A banda bem na sua frente, bem na sua cara, dando um show no seu quarto, inquieta no seu canto. E tocando pra vc, pra vc e mais ninguém – e o mundo todo achava o mesmo.
Dava pra sentir o golpe, a porrada, o punch certeiro no meio dos olhos. E que capa, uau. Esse bebezão com cara de loser e fome de dólar…cresceu e tá igualzinho, né. Ah, ele que lute agora. A mágica de embalar com verve o som, a fúria e o verbo já pertence ao passado do pop.
30 anos quebrando tudo. Parecia que o Nirvana ia durar pra sempre. But something in the way…
*Wagner Fester é jornalista e DJ.